
O filósofo Wittgenstein em sua paixão pela filosofia da linguagem nos deixou o desafio de buscar compreender a palavra em sua mais originária significância, para quem sabe assim entender melhor o mundo...
Filha da contemporâneidade sinto a palavra entretanto, no cotidiano de nossas vidas, sofrendo terrivelmente, transgredida, abortada de sua essência e cuspida na face de um mundo que já quase não sabe mais seu significado.
As palavras revelam o mundo em seus mais recônditos espaços, são lançadas de nossas bocas de modo que podem realizar, no encontro das relações, uma dança inesquecível de murmúrios, poesia, canto e beleza quanto podem aniquilar o outro num jorro frio e insensível, indiferente e mortal.
Eis a palavra, pulsando na garganta de quem vive e almeja a compreensão deste viver, palavra eficaz, apaixonada, latente capaz de libertar, transformar, re-significar.
Quero colher palavras e cultivar no solo do entendimento o que elas pretendem no revelar de um mundo que escolhi como território de longa ou breve jornada.
Que as palavras não sejam mais amputadas, trituradas, esmagadas no tosco e frêmito dia-a-dia de quem não mais vive, se move apenas.
O mundo, nosso universo composto pelo tecer das palavras almeja melhores tempos na lógica de seus dias.
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