
Foi lendo alguns trechos da obra do poeta William Blake, nesta breve temporada de inserção na cultura norte-americana, que meus pensamentos mergulharam na dúvida crescente dos dias hodiernos: Deus existe? É possível sentí-Lo na ausência de nossos dias e no vazio de nossas vidas?
Blake assim escreve e de alguma forma me responde: " To see a World in a grain of Sand, and a Heaven in a Wild Flower, Hold infinity in the palm of your hand and Eternity in an hour".
O poeta é agora um místico que nos conduz numa maravilhosa viagem rumo o além cotidiano, seja qual for o local em que nos encontrarmos, anestesiados pela rotina de nossas vidas no tic-tac da algema das horas, abrir um livro e ler ao menos um parágrafo da louca poesia que transgride o corriqueiro é momento místico-mágico-transcedental. Perde-se a noção do espaço e já não sabemos mais, ao segurar diante dos olhos o livro, se somos ou não parte deste mesmo elemento. O livro e eu somos um e a viagem começa...
É exatamente no limiar deste espaço que sinto, com o auxílio do poeta, de sua poesia e do livro aberto que Deus se revela, seja qual for o Seu Nome, origem ou endereço...esteve sempre ali entre o cotidiano e o mergulho na poesia, na canção, na dança, no suspiro apaixonado de quem caminha pela praia e sente a carícia do mar na areia e se perde neste cenário deixando de ser e sendo.
Poesia, Blake, areia, Deus e nós: tudo é possibilidade, tudo é necessário para que a vida volte a significar vida e pulse com mais intensidade em corpos que acreditam ser apenas corpos nada mais.
Fecho o livro pois a vista arde, sorrio, porque o coração, agora, arde também. Essa é minha fé. Deus existe sem dúvida.
Olá Elis, parabéns pela iniciativa! Pelo visto a temporada está rendendo... Fico muito feliz por ti, pois mereces cada momento bom e cada reflexão que brota de ti. Minha leitura no momento se divide em estudo e lazer: introdução à lógica simbólica e Dewey, que conta a história de um gatinho adotado por uma bibliotecária... Abraços!
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